Ambiente Macroeconômico e de
Investimentos
O otimismo com a economia brasileira voltou a predominar nestas últimas semanas, a partir da percepção de que o País encontra-se bem protegido dos riscos externos e de que existe espaço para um crescimento diferenciado de seu mercado interno. E a mega-distribuição de ações da Petrobras transcorreu sem problemas, deixando de pressionar os demais papéis do mercado. Assim, sem fatores internos ou externos contundentes, a taxa de câmbio teve espaço para valorizar-se um pouco mais, influenciada pelos mesmos fluxos e confiança que levaram à recuperação no valor das empresas.
Essencialmente, o ciclo virtuoso de expansão da
economia real tende a sustentar-se no próximo ano, caso não haja
alteração no núcleo da política econômica sob o novo governo. Desta
forma, ainda que o processo eleitoral pouco esteja influenciando a
dinâmica recente das expectativas, a definição da próxima equipe
econômica e de seus guidelines não é irrelevante para o cenário.
Quanto aos negócios, vimos nestas últimas semanas uma satisfatória variedade de notícias, tanto no que diz respeito às intenções de investimentos produtivos quanto em relação a novos acordos de M&A. O destaque, como não poderia deixar de ser, foi o aumento de capital da Petrobras e os negócios direta e indiretamente relacionados à extração de petróleo na camada do pré-sal. Fora isso, o período também se caracterizou pela boa representatividade setorial, demonstrando que os efeitos na economia brasileira tem sido bem distribuídos. Para este final de ano, no período pós-eleitoral, acreditamos que o ambiente de negócios e investimentos possa afigurar-se ainda positivo.
CENÁRIO ECONÔMICO |
2007 |
2008 |
2009 |
2010* |
2011* |
PIB (PM) - Var % |
5.7 |
5.1 |
0.2 |
7.5 |
4.5 |
Inflação IPCA - Var %
|
4.5 |
5.9 |
4.3 |
5.1 |
4.9 |
Tx de Câmbio - R$/US$ Fim
Ano |
1.771 |
2.337 |
1.743 |
1.75 |
1.80 |
Tx de Juros Nominal - %
Acum. Ano |
11.9 |
12.5 |
9.9 |
10.0 |
11.6 |
Dívida Pública - % PIB
|
43.9 |
37.3 |
43.0 |
40.7 |
39.5 |
Saldo Comercial - US$
Bilhões |
40.0 |
24.8 |
25.3 |
15.0 |
10.0 |
Trans. Corrente - US$
Bilhões |
1.6 |
-28.2 |
-24.3 |
-50.0 |
-60.0 |
Investimentos Diretos - US$
Bilhões |
34.6 |
45.1 |
25.9 |
30.0 |
38.0 |
* Fonte: Focus - Relatório de
Mercado - 24/09/2010 (Banco Central do
Brasil)
Agroindústria
| O grupo Bertin vai
destinar R$ 800 m nos próximos quatro anos aos seus projetos de
açúcar e álcool. O aporte será nas usinas da Infinity
Bioenergy, empresa controlada pelo grupo desde o início de
2010. Do montante previsto, R$ 300 m destinam-se a projetos de
cogeração energética a partir do bagaço de cana na
Usinavi (em Naviraí-MS), na
Ibirálcool (um projeto greenfield em
Ibirapuã-BA) e na Disa (em Conceição da Barra-ES),
que absorverá o bagaço gerado nas duas unidades do pólo capixaba, a
Alcana e a Cridasa. Mais
R$ 389 m serão empregados na própria conclusão da usina baiana,
a Ibirálcool. E o restante destina-se ao
aumento de capacidade das usinas já existentes, com a compra de
moendas e melhorias de canaviais. O Bertin também
anunciou a aquisição de 70% da Thermes
Participações, empresa que possui três empreendimentos na área de energia eólica. O valor do negócio não foi divulgado.
| Ainda em processo de associação com a
Petrobras Biocombustíveis para a produção de etanol
na Região CO, o Grupo São Martinho aprovou
investimentos de R$ 173 m em seu maior projeto de cogeração de
energia com bagaço de cana. O aporte será na própria usina matriz, em Pradópolis (SP), estando previstos R$ 43,2 m para a safra 2010/11, R$ 69,2 m para 2011/12 e R$ 61,6 m para 2012/13.
| A Fiagril,
trading com sede em Lucas do Rio Verde (MT), retomou os 25%
de seu capital que se encontravam em poder do BNDES. O valor da
operação não foi divulgado, mas, com ela, a Fiagril
pretende ganhar flexibilidade para seu plano de expansão. O planejamento da empresa envolve aplicações de R$ 250 m nos próximos cinco anos, sendo R$ 150 m até 2012. Os objetivos são duplicar sua capacidade de armazenagem de grãos, erguer uma esmagadora de soja e instalar um terminal portuário no PA.
| A Produquímica, fabricante de micronutrientes (cobre, zinco e manganês)
para indústrias de fertilizantes, pretende investir R$ 120 m ao longo
dos próximos três anos. Com o aporte, a empresa deve erguer uma
nova unidade produtiva em Suzano (SP), ampliar sua fabricação de
enxofre solúvel e dar manutenção às suas nove unidades no País. A
Produquímica hoje abastece companhias como
Bunge, Heringer e
Vale. A nova planta será dedicada à produção de uréia revestida e ficará com R$ 25 m do orçamento de investimentos.
| Com investimentos de R$ 54 m, a
Caramuru Alimentos inaugurou em Ipameri (GO) sua
segunda unidade produtora de biodiesel. Como matérias-primas, a nova
planta utilizará óleos vegetais, principalmente de soja, e gorduras
animais, notadamente sebo bovino. A Caramuru
é a maior processadora de grãos de capital nacional e já possui uma unidade de biodiesel em São Simão, também em GO.
| O fundo de private equity
FIP Terra Viva, administrado pela DGF
Investimentos, adquiriu 32% da Usina Paraíso
Bioenergia, sediada em Brotas (SP). Este foi o terceiro
ativo adquirido neste ano pelo fundo. Além de participações no setor
sucroalcooleiro, o Terra Viva também visa fechar
parcerias em outros elos da cadeia, como logística e insumos. Hoje,
além da Paraíso Bioenergia, o fundo conta com
investimentos minoritários nas duas unidades do Grupo
Tonon, em Maracajú (MS) e em Bocaina (SP).
| A Vale concluiu a
compra da participação de 20,27% da norte-americana
Mosaic, controlada pela Cargill,
no capital votante da Fosfértil. A aquisição foi
efetivada por meio da subsidiária Mineração Naque e
custou US$ 1,03 bilhão à Vale. Antes, a mineradora
já havia adquirido as ações da Bunge, da
Yara, da Heringer e da
Fertipar na Fosfértil. Com os
papéis da Mosaic, a Vale passa a
deter 78,9% do capital da maior fabricante de matérias-primas para
fertilizantes do País, o que compreende 99,8% de seu controle
acionário. O nome da Fosfértil foi formalmente
alterado pela nova controladora para Vale
Fertilizantes.
Alimentos
| A Cooperativa Central Mineira de
Laticínios (Cemil) desistiu de participar
da criação da maior cooperativa de lácteos da América Latina, em
sociedade com a Itambé, a Minas
Leite, a Centroleite e a
Confepar. A Cemil
concluiu que sua participação na nova estrutura seria muito reduzida. Com isso, optou por manter-se autônoma e está retomando investimentos de R$ 85 m em seu parque produtivo até 2012. Deste montante, R$ 45 m destinam-se à ampliação de sua sede em Patos de Minas (MG), onde fabricará leite condensado. O restante irá para a construção de uma nova planta em Caruaru (PE), que atenderá o mercado nordestino.
| A Sorvete Rochinha,
empresa de São Sebastião (SP), vai investir R$ 8 m para ampliar sua
produção com uma nova fábrica, sediada em São José dos Campos (SP).
Com isso, a Sorvete Rochinha
pretende abastecer os mercados de Florianópolis (SC), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG) e Recife (CE). Atualmente a empresa opera por meio de mais de 300 pontos de venda no Estado de São Paulo.
| O grupo Umbria,
proprietário das marcas de restaurante Spoleto
(massas), Domino's (pizzas) e Koni
Store (temakeria), está investindo R$ 12,5 m em uma nova
fábrica de massas e molhos. A unidade já começou a ser construída em
Volta Redonda (RJ) e tem inauguração prevista para 2011. Ela irá
absorver a produção atual do grupo no Rio de Janeiro (RJ). O grupo
Umbria
também conta com uma fábrica de proteínas (produtos de carne) em Petrópolis, RJ.
| O fundo de investimentos
Mercatto Capital Partners assumiu uma participação
de 40% no capital da Villa Germania, líder no abate
e comercialização de patos e marrecos no Brasil. A empresa possui
sede em Indaial (SC) e prepara-se para entrar no mercado europeu.
Para tanto, prevê investimentos de R$ 30 m na ampliação de sua
fábrica e na certificação de produtos. O montante aportado pela
Mercatto não foi divulgado. A Villa
Germania tem em sua estrutura acionária a Kaefer Agro
industrial, do Grupo Globoaves.
| E a Mercatto deu outro
passo no setor de alimentos ao assumir uma participação de 29,3% no
capital da Forno de Minas, tradicional fabricante
de pão de queijo. Com a operação, a empresa de alimentos decidiu
investir R$ 30 m em novas linhas de produtos, como tortas, quiches e
salgadinhos. O valor da participação não foi divulgado, mas ela
marca uma nova fase para a Forno de Minas Alimentos
que, após passar pelo controle da Pillsbury e da
General Mills, hoje se encontra em poder dos acionistas fundadores.
| O Grupo CRM, detentor
das marcas Kopenhagen, Brasil
Cacau e DanTop, inaugurou seu novo
complexo industrial em Extrema (MG), que receberá as atividades da
empresa hoje baseadas em São Paulo. O investimento da
CRM
na unidade foi de R$ 100 m e ela já conta com duas fases de expansão programadas, sendo a primeira em 2011.
| A empresa brasileira de investimentos
3G Capital Management, baseada em Nova York, fechou
acordo para aquisição da rede Burger King por US$ 4
bilhões, considerando as ações e as dívidas da empresa. A
Burger King é a segunda maior rede mundial de
hambúrgueres, atrás do McDonald's. Ela conta com 12
mil unidades em 76 países. Os planos da empresa com os novos
controladores são de acelerar sua expansão nos mercados da Ásia e da
América Latina. No Brasil, a rede Burger King
chegou há cinco anos.
| A JBS, maior produtora
mundial de carne bovina, fechou acordo com a Jack Link's
Beef Jerky, especialista norte-americana em beef
jerky, para operar duas fábricas no Brasil. As unidades ficam
em Lins e em Santo Antônio de Posse, em SP. Pelo acordo, a
JBS fornecerá matéria-prima e operará em conjunto
as unidades com a Jack Link's. A joint
venture
será dividida em partes iguais e deve iniciar suas operações até o final de 2010.
| A Cargill firmou acordo
para a aquisição dos negócios com produtos de tomate da
Unilever no Brasil, por cerca de R$ 600 m. A
transação envolve as marcas de molho de tomate
Pomarola e Tarantella; as de
extrato de tomate Elefante e
Extratomato; e a de polpa de tomate
Pomodoro. Também abrange as linhas destes produtos
na fábrica da empresa em Goiânia (GO), mas não inclui as linhas das
marcas Hellmann's e Arisco. A
Unilever era a maior empresa do segmento, com 42%
do mercado de molhos e 40,7% do segmento de extratos. Esta é a
primeira investida mundial da Cargill no negócio de
atomatados. No Brasil a empresa já atua no varejo de alimentos com
os óleos Liza e Mazola, o azeite
Gallo
e outros produtos importados.
Comércio
| A norte-americana Starbucks
Corporation assumiu 100% do controle operacional e
societário da Starbucks Brasil. A transação foi
efetivada por meio da aquisição da Cafés Sereia do
Brasil e os valores envolvidos não foram divulgados. A rede
de cafeterias Starbucks iniciou suas atividades no
Brasil em 2006, sendo que a Cafés Sereias
detinha 51% das operações locais. Atualmente a rede da empresa conta com 23 cafeterias em três cidades: Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas (SP).
| Com investimentos previstos de R$ 35 m,
a Leader Magazine, rede fluminense que atua no
varejo de roupas, artigos de cama e banho e brinquedos, pretende
inaugurar sete novas unidades neste ano. A empresa hoje conta com 45
lojas, sendo 11 fora do Estado do RJ. As novas unidades ficarão em
Salvador-BA (2), Recife-CE (2) e no próprio Rio de Janeiro (3). Para
o período 2011 a 2013 o plano da empresa, que esteve próxima de se
associar à Renner, é abrir entre 15 e 20 lojas no País.
| A Le Lis Blanc, única
grife de moda brasileira com ações em bolsa de valores, irá investir
R$ 61 m em 2011 e 2012 para inaugurar 36 novas lojas. A varejista de
moda feminina hoje conta com 42 unidades e pretende chegar a um
total de 100 até 2013, o que pode elevar os investimentos previstos
para aproximadamente R$ 100 m. A Le Lis Blanc tem
como principal acionista o fundo de private equity
Artesia.
Farmacêuticos
| A nova fábrica de vacinas da
farmacêutica suíça Novartis no Brasil será
construída na cidade de Goiana, na Grande Recife (PE). O complexo
receberá investimentos previstos entre US$ 300 m e US$ 500 m, sendo
que suas operações deverão se iniciar em 2014. O destino de seus
produtos será tanto o mercado interno quanto o externo. Esta será a
primeira fábrica de vacinas do grupo Novartis na
América Latina. Atualmente, o laboratório conta com uma unidade de
medicamentos em Taboão da Serra (SP), uma em Rezende (RJ) e outra em
Cambé (PR), sendo esta última controlada por seu braço de produtos
genéricos, a Sandoz.
| A Reckitt Benckiser
investirá R$ 20 m nos próximos seis meses para ingressar no mercado
farmacêutico brasileiro. Aqui, a empresa atua em diversos segmentos
com marcas como o tiramanchas Vanish, o
aromatizador Bom Ar Air Wick, o desinfetante
Harpic, o depilador Veet, os
inseticidas SBP e Mortein, o
desinfetante Lysol, as ceras
Poliflor e Destak e o limpador
Veja. Mundialmente a Reckitt
Benckiser
tem 25% de seu faturamento baseado no setor farmacêutico, sendo que o primeiro medicamento da empresa no Brasil será dedicado ao tratamento gastrointestinal.
Bens de Consumo
| A Hypermarcas, empresa
do setor de bens de consumo, anunciou a aquisição de 100% do capital
da Mabesa do Brasil e suas subsidiárias. A
Mabesa atua na fabricação e comercialização de
fraldas descartáveis, absorventes higiênicos femininos e lenços
umedecidos. Suas principais marcas são a
Cremer-Disney, Plim Plim,
Puppet e Affective. O valor do
negócio é estimado em R$ 350 m e, com ele, a
Hypermarcas assume a condição de maior empresa do
País no setor de fraldas descartáveis. Nele, além do portfólio da
Mabesa a Hypermarcas também já
adquiriu os negócios da Pom Pom, da
Sapeka e da York.
| A Nadir Figueiredo vai
investir R$ 79,6 m em sua fábrica de Suzano, SP. Será construído um
novo forno e serão criados dois armazéns. Este é o primeiro grande
desembolso da fabricante de copos e outros produtos de vidro desde a
reforma da unidade adquirida em 2008. O forno deverá entrar em
operação no prazo de dois anos, enquanto os dois novos armazéns
estão previstos para os próximos seis meses. A Nadir
Figueiredo
possui outra unidade produtiva, em São Paulo (SP).
Têxtil e Confecções
| Em continuidade ao seu plano de expansão
na América Latina, a Vicunha Têxtil pretende
investir US$ 25 m para duplicar a produção de sua fábrica no Equador
e para implantar um centro de distribuição no México. Este último
ficará junto ao pólo de confecção daquele país e atenderá o mercado
dos EUA. Em junho, a Vicunha Têxtil recebeu um
aporte de R$ 250 m do fundo Nala, do BTG
Pactual, que passou a deter 37,5% da
Textília, holding do grupo. Entre os
planos da Vicunha
também está a aquisição de uma unidade produtiva na Argentina, onde atualmente ela só atua comercialmente.
| O Carlyle Group, gestor
norte-americano de investimentos, fará um aporte no capital na
Scalina, fabricante e varejista brasileira de moda
íntima feminina. Os valores da operação não foram divulgados. A
Scalina atua com marcas como
TriFil e Scala e detém cerca de
10% do mercado interno de meias e lingeries. A
TriFil atua por meio de lojas multi-marcas,
enquanto a Scala distribui seus produtos em lojas
franqueadas. A Scalina
atualmente conta com três unidades industriais.
Embalagens
| A Wheaton Brasil
prepara-se para investir R$ 25 m na construção de uma nova fábrica,
que irá concentrar sua produção de tampas de alumínio destinadas a
setores como o de bebidas, de alimentos e de cosméticos. A empresa é
grande fornecedora de frascos de vidro, selos de alumínio e tampas
de borracha para a indústria farmacêutica e, com a nova unidade, irá
diversificar sua atuação. Sua produção atual de tampas é efetivada
pela Farmacap, em Itapecerica da Serra (SP), sendo
que a nova unidade dará origem a outra subsidiária, a
Neocap. O grupo também conta com a Wheaton
Vidros (embalagens), a Decor (pintura para
frascos), a Viton (equipamentos para a indústria
vidreira) e a Extar
(comércio e representação).
| A Unigel, fabricante de
estirenos e acrílicos, está se desfazendo de suas participações
minoritárias em empresas de embalagens. Já vendeu uma participação
de 18% na Latapack, produtora de latas de alumínio
para o setor de bebidas, e também deve vender seus 25% na
Engepack, produtora de embalagens PET. Com os
recursos obtidos, cerca de R$ 150 m, a Unigel
deve expandir sua atuação na área de especialidades químicas, onde visa ganhos de escala.
| A norte-americana Owens
Illinois (O-I) adquiriu as operações do
grupo pernambucano Cornélio Brennand
(GCB) na área de embalagens de vidro para bebidas,
alimentos e fármacos. A Cornélio Brennand atuava no
segmento por meio da Companhia Industrial de Vidros
(CIV), que foi vendida por US$ 603 m. Com isso, ela
agora irá concentrar seus negócios com vidros no segmento de
produtos planos, voltados para a construção civil e a indústria
automobilística. Tanto que os recursos obtidos irão amparar a
construção de uma nova fábrica de R$ 330 m nesta área. Para a
Owens, a aquisição, que envolve duas fábricas em PE e uma no CE, amplia em 50% suas atividades no Brasil.
Materiais de Construção
| A Duratex, maior
fabricante de painéis e chapas de madeira do País e controlada pela
Itaúsa, vai investir R$ 220 m para ampliar a
produção de sua divisão de louças e metais sanitários, a
Deca. Deste montante, R$ 120 m serão aplicados na
expansão da fábrica de metais de Jundiaí (SP) e R$ 100 m na
modernização e ampliação da unidade de louças de Queimados (RJ).
Esta última está paralisada desde que foi adquirida da Ideal
Standard
em 2008. Os projetos deverão ser concluídos entre 2011 e 2012.
| A Fortaleza, terceira
maior fabricante de argamassa do País e com sede em Barueri (SP),
está investindo R$ 30 m para construir três novas fábricas e
quadruplicar sua capacidade produtiva. A empresa concorre com as
líderes Quartzolit e Votorantim
e com outras 190 fabricantes regionais. Das três novas unidades, uma será instalada em São Roque (SP), que substituirá a fábrica de Barueri. As outras duas serão instaladas em Araraquara (SP) e em Queimados (RJ).
Petróleo e Petroquímica
| A Petrobras efetivou seu
aumento de capital com uma emissão recorde de ações em mercado. A
oferta deve chegar aos esperados R$ 120,24 bilhões (cerca de
US$ 70 bilhões) com o exercício do lote suplementar, dando à estatal
sustentação financeira para sua exploração de petróleo e gás na
camada pré-sal. Do total da emissão, R$ 74,8 bilhões serão
utilizados no pagamento de direitos exploratórios nesta área. Após a
capitalização, a Petrobras dispara como maior
empresa do mercado brasileiro, chegando a um valor de R$ 337
bilhões. A parcela da captação aberta ao público foi da ordem de R$
21 bilhões e só ela já seria considerada a maior transação na bolsa
brasileira, superando a oferta de R$ 19,4 bilhões da
Vale em 2008 e a de R$ 13,1 bilhões do
Santander em 2009. A operação também torna a
Petrobras a segunda maior empresa de petróleo do
mundo, em valor de mercado, atrás apenas da norte-americana
Exxon. Ao final, a participação da União na empresa será ampliada de 40% para 48%.
| A espanhola Repsol e a
chinesa Sinopec fecharam acordo para o
desenvolvimento conjunto de projetos no Brasil e estão criando uma
empresa com valor de US$ 17,8 bilhões. Na união, a Repsol
Brasil fará um aumento de capital de US$ 7,1 bilhões a ser
totalmente subscrito pela Sinopec, que é a maior
companhia petroleira e petroquímica da China. Ao final da operação,
a Repsol ficará com 60% da Repsol
Brasil e a Sinopec com 40%. Os ativos da
Repsol
no Brasil hoje são avaliados em US$ 10,7 bilhões e abrangem campos exploratórios no pré-sal.
| A francesa Rhodia fechou
acordo com a Companhia Petroquímica Saudita
Internacional (Sipchem), da Arábia
Saudita, para construir uma fábrica de acetato de etila, insumo
utilizado pelas indústrias de tintas e vernizes. Pelos termos, a
empresa saudita investirá cerca de US$ 100 m para erguer a unidade,
sendo que a subsidiária brasileira da Rhodia
entrará com a tecnologia, com o etanol destinado à produção e com a
comercialização do produto final. Com sua reestruturação global, o
Brasil passou a sediar duas das onze divisões da empresa: a de
solventes e a de fibras (fios sintéticos). A unidade prevista pela
Sipchem
deverá iniciar suas atividades entre o final de 2012 e o início de 2013.
| A Braskem está
inaugurando sua unidade de plástico verde construída no Pólo
de Triunfo (RS). A planta recebeu aporte de R$ 500 m e irá
produzir eteno utilizando matéria-prima totalmente renovável (etanol
de cana-de-açúcar). O produto é transformável em polietileno verde,
que conta com preços mais elevados no mercado internacional,
principalmente o europeu. Com a nova linha, a
Braskem
posiciona-se como líder no mercado global de biopolímeros, produzidos a partir de combustíveis não-fósseis.
Mineração
| A Votorantim Metais
(VM) assumiu o controle da Milpo,
terceira maior mineradora de zinco do Peru. A transação foi
efetivada por meio de oferta pública de compra na Bolsa de Lima e a
VM pagou US$ 420 m pelas ações. A
Milpo possui três minas polimetálicas no Peru e
duas minas de cobre, sendo uma no Peru e outra no Chile. No total, a
mineradora brasileira já investiu US$ 1,5 bilhão no Peru, onde
também controla uma refinaria de zinco. A VM
é hoje a terceira maior do mundo no setor de zinco, a maior da América Latina na área de níquel eletrolítico e a líder no Brasil no setor de alumínio.
| A MMX Mineração e
Metálicos, subsidiária do grupo EBX,
anunciou a aquisição da GVA Mineração, empresa que
conta com uma mina de minério de ferro no complexo de Serra
Azul, no quadrilátero ferrífero de MG. A
GVA pertencia à Viabel Consultoria
e o valor de sua aquisição foi de US$ 50,8 m a serem pagos em
parcelas corrigidas pelo valor do minério. A nova unidade se somará
à produção das minas da
AVG/Minerminas, subsidiária da
MMX.
| E a própria MMX foi alvo
de acordo firmado entre o grupo EBX e o
conglomerado coreano SK Networks. Por ele, a
empresa asiática investirá US$ 700 m para ficar com uma fatia de 11%
do capital da subsidiária de mineração. Está previsto um aumento de
capital de US$ 2,2 bilhões na MMX e, se todos os
acionistas aderirem, a composição acionária da empresa passará a ser
de 35% para o grupo EBX, 20% para a
chinesa Wuhan, 11% para a SK e 34%
em circulação no mercado. Os novos recursos serão utilizados pela
empresa para a aquisição do Superporto Sudeste, da
LLX Logística (abrigado na LLX
Sudeste), da qual a LLX possui 70% e a
Centennial outros 30%. Está prevista uma cisão
parcial dos ativos da LLX, com a
MMX incorporando a LLX Sudeste,
que passará a se chamar PortX.
| A mineradora Eurasian Natural
Resources Corporation (ENRC), do
Cazaquistão, exerceu direito de compra e absorveu os 50% de seu
sócio na Bahia Mineração Ltda
(BML). A BML possui atividades em
Caitité, BA. A ENRC irá desembolsar US$ 670 m e
ficará com 100% da BML, cuja produção de concentrado de minério de ferro está prevista para 2013. O acordo também inclui a opção de compra dos direitos minerários de outro projeto de mineração na região de Urandi, na BA, que, se exercida, implicará em investimento extra de US$ 150 m.
Siderurgia
| A Gerdau concluiu a
aquisição do capital total da Cleary Holdings,
empresa que possui unidades de coque metalúrgico e reservas de
carvão na Colômbia. A conclusão se deu com a compra dos 49,1%
restantes da Cleary por US$ 57 m, já que o grupo
gaúcho detinha 50,9% da colombiana deste 2008. Atualmente, toda a
produção da Cleary
destina-se ao mercado internacional.
| O grupo Gerdau também fechou
acordo para adquirir 100% da siderúrgica norte-americana
Tamco por US$ 165 m. A transação deve ser efetivada
por meio da subsidiária Gerdau Ameristeel e
ampliará a rede de usinas mini-mills da Gerdau na
América do Norte. A Tamco é uma das maiores
fornecedoras de vergalhões da costa oeste dos EUA e é a única
produtora de aços longos da Califórnia. A empresa era controlada
pela Ameron International e pelas japonesas
Tokyo Steel e Mitsui.
| A Ternium, divisão
siderúrgica do grupo ítalo-argentino Techint na
América Latina, deve instalar uma usina de placas de aço na
retroárea industrial do Superporto do Açu, da
LLX Logística. A empresa fechou acordo com a
EBX e adquiriu a Siderúrgica do Norte
Fluminense (SNF), da LLX
Açu. O empreendimento garantirá o uso de dois berços do
porto para exportação de minério e importação de carvão. O
investimento no projeto será de US$ 6 bilhões e a data de suas
operações é prevista para o final de 2013. Ele terá unidades
integradas de coqueria, sinterização de minério, alto-fornos e
aciaria. As laminadoras do grupo Techint no México
(Hylsamex) e na Argentina
(Siderar) serão os principais clientes da unidade.
Bens de Capital
| A Iesa Óleo & Gás
vai instalar uma unidade de produção de módulos para plataformas de
petróleo em Navegantes, SC. Com isso, a empresa visa atender a
demanda da Petrobras. O investimento da
Iesa será de R$ 30 m e as obras devem ser
iniciadas nas próximas semanas. A previsão é de que a produção da unidade
comece no primeiro semestre de 2011. A Iesa
possui sede em Araraquara (SP) e presta serviços de EPC (engenharia, aprovisionamento e construção) para as áreas de óleo, gás, química e petroquímica.
| A norte-americana
Caterpillar escolheu o município de Campo Largo
(PR) para sediar sua segunda fábrica no Brasil. Lá, a empresa
adquiriu e irá remodelar a antiga unidade da
Chrysler
a fim de abrigar a produção de retroescavadeiras e carregadeiras de sua divisão de produtos de construção leve, atualmente sediada em Piracicaba (SP). O plano de investimentos da empresa é de US$ 180 m nos próximos dois anos, o que também abrange a matriz em Piracicaba. A nova fábrica iniciará sua produção em 2011.
| A Energia Solar
Brasileira (Esbra) obteve autorização para iniciar a construção da primeira fábrica de placas fotovoltaicas do País, em Horizonte-CE. O custo do empreendimento é estimado em aproximadamente R$ 70 m, dos quais R$ 13 m na sua fase inicial, até 2011, que prevê a montagem de painéis solares, importando parte dos componentes. A segunda etapa consiste na fabricação da maioria dos componentes, inclusive a extração de silício para produção das células dos painéis.
| Com investimento de US$ 25 m, a
Brasil Máquinas de Construção
(BMC) deve instalar no Brasil a segunda linha de
montagem da chinesa Xuzhou Construction Machinery
Group (XCMG). A unidade ficará no ES e tem
início de produção previsto para 2011. A XCMG já
possui uma linha de escavadeiras sendo instalada em PE, em parceria
com a distribuidora brasileira Êxito. Já a unidade
capixaba será dedicada à produção de motoniveladoras e
compactadores. A BMC é hoje a principal
representante dos produtos para construção pesada da
Hyundai
no País, mas a empresa coreana não possui em seu portfólio a linha de motoniveladoras e compactadores.
Materiais de Transporte
| A Teknia Tecnotubo, do
grupo espanhol Teknia Manufacturing, está
investindo R$ 20 m na construção de uma fábrica no Brasil para
concentrar sua produção local. Aqui, a empresa produz para o setor
automobilístico peças plásticas, estampadas, usinadas e injetadas,
além de conjuntos tubulares. A nova unidade iniciará suas atividades
no segundo semestre de 2011 e será erguida em Jacareí (SP).
Atualmente, a Teknia
atua em cinco países e, no Brasil, opera duas unidades em São Paulo (SP).
| A Johnson Controls,
maior fabricante mundial de baterias automotivas, anunciou
investimentos de US$ 51 m para expandir suas operações em Sorocaba,
SP. Com isso, a empresa pretende atender o crescimento previsto para
as indústrias automotiva e de motocicletas no País. O prazo do
investimento se estende até 2013. No Brasil, onde a empresa também é
líder de mercado, a Johnson Controls tem como
principal marca a Heliar. Ela atende tanto o mercado de peças originais quanto o segmento de reposição.
| Para amparar seu contrato de fornecimento
de monotrilhos para a linha Expresso Tiradentes, a
Bombardier
irá investir na ampliação de sua unidade em Hortolândia, SP. A empresa canadense é uma das três maiores fabricantes mundiais de equipamentos para o setor ferroviário. Sua unidade paulista, até o momento, só fazia a reforma de trens. O contrato recém firmado pela empresa prevê a compra de 54 trens monotrilhos, sinalização e sistemas elétricos. O valor do aporte na fábrica não foi divulgado pela empresa.
| A chinesa Chery
Automobile assinou memorando de entendimentos para a
instalação de uma fábrica de automóveis em Jacareí, SP. A primeira
fase do empreendimento prevê investimentos de US$ 134 m e início de
operações ao final de 2013. Mas o investimento total da
Chery
ainda pode chegar a US$ 400 m. Na China, além de automóveis, a montadora também produz navios e autopeças.
Eletrônicos e Componentes
| A brasileira Digitron
vai instalar uma fábrica de discos rígidos (HD's) em Manaus (AM),
com investimentos totais de R$ 158 m no prazo de três anos. A
montagem dos componentes também marca a entrada da norte-americana
Western Digital no Brasil, uma vez que a empresa
firmou acordo com a Digitron para a fabricação
terceirizada dos dispositivos. Dos investimentos previstos, R$ 47 m
deverão ser aplicados no primeiro ano de atividades. A
Digitron já conta com uma fábrica em Manaus,
voltada para a produção de outros componentes de informática.
Atualmente, a única fabricante de HD's instalada no Brasil é a
coreana Samsung.
| E a Samsung, por sua vez, pretende montar uma fábrica de telas de cristal líquido (LCD) no Brasil com investimentos superiores a R$ 290 m. É o maior aporte já indicado neste mercado no País. Do montante total, previsto para o horizonte de três anos, cerca de R$ 90 m serão aplicados nos doze primeiros meses. A unidade será erguida em Manaus (AM) e inicialmente visa atender a montagem de aparelhos de televisão.
| A Harman, empresa de
áudio e infotainment (soluções integradas de áudio, vídeo e
navegação para automóveis), está investindo US$ 100 m para expandir
suas atividades no Brasil. A Harman recentemente
incorporou a brasileiras Eletrônica Selenium, que será base para a expansão da empresa norte-americana na América Latina. Os aportes previstos visam o aumento de capacidade das fábricas em Nova Santa Rita (RS) e Manaus (AM), além da instalação de um centro de desenvolvimento de produtos.
Tecnologia da Informação
| A empresa de softwares
Totvs anunciou a aquisição da SRC,
rede de franquia de desenvolvimento de softwares da
Datasul. A transação tem valor estimado de R$ 43 m.
A SRC é formada pelas franquias Logistics
Solutions, Futura Soluções em Finanças,
Acton, SGP e
Autus, e já mantinha contratos com a
Totvs. Há um ano a Totvs
incorporou a própria Datasul, consolidando sua
posição no mercado de softwares. Atualmente, ela é a maior
empresa latino-americana de desenvolvimento de softwares
aplicativos e sistemas de gestão.
| A Capgemini, empresa
francesa de serviços de TI, adquiriu o controle da brasileira
CPM Braxis por R$ 517 m. A transação envolve 55%
das ações da CPM Braxis que, no novo grupo, passa a
figurar entre as dez maiores do mundo no segmento de serviços de TI.
A compra foi efetivada por meio da incorporação de um terço dos
papéis dos acionistas (R$ 230 m) e por um aporte de capital de R$
287 m para amparar investimentos e pagar dívidas da empresa. O
Bradesco, maior cliente e acionista da CPM
Braxis, ficou agora com 20% da empresa.
Transportes e Logística
| A Companhia de Concessões
Rodoviárias (CCR) fechou a compra da
totalidade do capital da concessionária Rodovias Integradas
do Oeste (SPVias). Inicialmente, ela assumiu 73,45% de participação pagando R$ 947
m. Posteriormente, fechou novo acordo para assumir os 26,55%
restantes, elevando o valor da operação para R$ 1,289 bilhão. Na
primeira fase, a CCR, por meio da Companhia
de Participações em Concessões
(CPC), ficou com 100% da G4
Participações SPE, que possui 54,89% da
SPVias, além dos 18,56% de participação
direta pertencentes à Planova. Na segunda
fase, ela incorporou os 26,55% da Multivias,
pagando R$ 342 m. A SPVias possui um trecho da
Rodovia Castello Branco, um da Rodovia
Raposo Tavares e mais quatro vias no Oeste de SP. A
CCR já conta com um trecho da Castello
Branco e outro da Raposo Tavares, por meio
da ViaOeste. A concessão da SPVias
vai até 2027 e seus investimentos previstos são de R$ 565 m.
| A brasileira TAM Linhas
Aéreas e a LAN Chile fecharam acordo para
fundir suas atividades e formarem a Latam Airlines
Group até meados de 2011. Na sociedade, a
TAM deverá focar o mercado brasileiro, enquanto a
LAN será dedicada aos mercados hispânicos (Chile,
Argentina, Peru, Equador e Colômbia). A Latam tem
planos de atuação global e visa os mercados europeu e
norte-americano. O novo grupo deve receber 200 novas aeronaves até
2016, número que pode ser acrescido pelas 100 opções de compra que
dispõe a sociedade. A TAM e a LAN irão
operar suas marcas independentemente, sendo que, nos EUA, a primeira
manterá foco na costa leste enquanto a segunda focará a costa oeste.
Na nova companhia, as atividades da TAM
representarão 58% do total. Entretanto, o valor de mercado da
LAN é bem superior ao da companhia brasileira,
sendo que seus acionistas deterão 71% do capital da
Latam.
| A APM Terminals assumiu
50% da Europe Terminal Brasil, que está investindo
R$ 1,2 bilhão na construção do Brasil Terminal
Portuário (BTP) no Porto de
Santos, SP. A previsão é de que o BTP seja
concluído em 2013, sendo que o valor da transação não foi divulgado.
A APM atualmente opera 54 terminais de contêineres
no mundo, dentre os quais o Teconvi (em SC) e o
CTO (no CE). A empresa é a divisão portuária da
A.P. Moller-Maersk, conglomerado que também
controla a Maersk Line, maior armadora de contêineres do mundo.
| Com investimentos de R$ 30 m, a
Ouro Verde, empresa de transporte e logística com
sede no PR, adquiriu a Refribras, que atua no
segmento de carga frigorificada em Itajaí (SC). A Ouro
Verde, que há dois anos já adquiriu uma empresa de armazéns em Paranaguá (PR), também está negociando uma área no Rio Grande (RS), onde pretende investir R$ 50 m para estruturar operações de cargas frigorificadas e secas.
| O grupo Bomi, operador
logístico com atuação na área de saúde, está investindo R$ 17 m em
um novo armazém em Itajaí, SC. A unidade será destinada à importação
e distribuição de medicamentos e equipamentos de uso médico, devendo
atender clientes como a Nycomed, a Mead
Johnson e a Roche. O empreendimento será
uma parceria entre a Bomi (que no Brasil é uma
joint venture entre a italiana Bomi e a
Luft Logistics) e a Multilog, empresa de logística com sede em Itajaí.
| O Grupo Libra anunciou
investimentos de R$ 110 m em novos equipamentos para os terminais de
Santos e do Rio de Janeiro. Estão previstos seis portêineres, sendo
quatro para Santos e dois para o Rio; e sete guindastes móveis,
sendo três para o porto santista e quatro para o carioca. A entrega
dos equipamentos começa neste ano e se estende até o final de 2011.
Além dos terminais de Santos e Rio de Janeiro, a Libra
Terminais
também está construindo um terminal em Imbituba, SC.
| A estatal Engenharia, Construção
e Ferrovias (Valec) concluiu a licitação
para construção da Ferrovia da Integração
Oeste-Leste (Fiol), que ligará Ilhéus (BA)
a Figueirópolis (TO). No primeiro trecho serão 24 empresas
envolvidas e as obras foram divididas em sete lotes. Os
investimentos são previstos em R$ 4,198 bilhões, sendo que o maior
contrato, no valor de R$ 739,9 m, foi arrematado pelo consórcio
formado pelas construtoras Andrade Gutierrez,
Barbosa Mello e Serveng. O segundo
maior lote, no valor de R$ 720,1 m, ficou com a Mendes
Junior, Sanches Tripolini e
Fidens. O volume de carga da Fiol
deverá se concentrar nos setores de minério de ferro, grãos e açúcar.
| Os grupos GB Armazéns,
do Rio de Janeiro, e Pangea, de Juiz de Fora (MG),
associaram-se para construir um condomínio de armazéns de cargas na
Rodovia Rio-Belo Horizonte-Brasília. O investimento no projeto,
denominado Cargo Park, será de R$ 400 m. Ele inclui um terminal portuário para barcaças na embocadura do Rio Irajá e deverá ser concluído em 2012.
Imobiliário
| O grupo Atlantica Hotels
Internacional está ampliando sua rede no Brasil e vai abrir
24 novos hotéis até 2013. A maioria das unidades será no segmento
econômico (Comfort Inn) ou de custo médio
(Go Inn). Serão 14 novas localidades para a
empresa, tais como Juazeiro (BA), Petrolina (PE), Imperatriz (MA),
Paraupebas (PA), Macaé (RJ) e Duque de Caxias (RJ). O investimento
total previsto pelo grupo no País pode chegar a R$ 550 m. Com sede
em São Paulo, o grupo Atlantica
hoje possui 75 hotéis distribuídos em 41 cidades.
| A mineira MRV retomou as
operações da MRV LOG, sua subsidiária criada em
2008 para atuar no segmento de imóveis industriais e comerciais. A
unidade irá disputar o mercado de galpões industriais, liderado por
empresas como Bracor, BR
Properties, Cyrela Commercial Properties e
WTorre. Diferente de suas concorrentes, porém, a
MRV não deve atuar no sistema buid to
suit, mas no modelo de portfólio para aluguel. Atualmente, a
MRV LOG
conta com imóveis nas principais regiões industriais do País.
| A Lopes Consultoria de
Imóveis assumiu 51% do capital da Plus,
imobiliária com atuação na capital paulista. O valor da operação foi
de R$ 11,7 m. Com a Plus, a Lopes
ampliou suas atividades no segmento de imóveis usados, onde
opera com a marca Pronto!. Também ficou com o
contrato de exclusividade da Plus para a
comercialização dos empreendimentos da MRV
em São Paulo. Na sequência, a Lopes efetivou nova investida
no segmento de imóveis usados de São Paulo e também assumiu 51%
da Maber Empreendimentos Imobiliários. Esta foi a quinta aquisição da empresa neste ano e seu custo foi de R$ 17,3 m.
| A King Participações
está coordenando investimentos de R$ 60 m no Shopping Pátio
Chapecó, em Chapecó (SC). O empreendimento terá gestão da
paulista AD Shopping, que ainda ficará com 5% do
negócio. A inauguração do Pátio Chapecó
está prevista para setembro de 2011 e ele deve contar com duas lojas âncora, sendo uma de moda e outra de variedades.
| Com investimentos de R$ 600 m, teve
início em Recife (PE) a construção do maior shopping center
da Região Nordeste, o RioMar Shopping. Ele será o
quinto shopping do Grupo JCPM
em PE e seu décimo-primeiro no País. O prazo de conclusão do empreendimento é de dois anos.
Serviços
| A Diagnósticos da
América (Dasa) fechou acordo para incorporar a
MD1 Diagnósticos, holding de laboratórios
de análises clínicas e diagnósticos por imagem. A
MD1 passará por um processo de reorganização
societária. O acordo também prevê a aquisição direta, pela
Dasa, de participações em alguns dos laboratórios
que compõe a MD1. Assim, pagará R$ 88,2 m por 10%
da Pro Echo Serviços Médicos, 28% da
Clínica de Ressonância e Multi Imagem
(CRMI) e 16,5% da Clínica de Diagnóstico
por Imagem (CDPI). A conclusão do acordo
principal deverá ser efetivada via troca de ações. Com as operações
da MD1, a Dasa torna-se líder no
mercado do Rio de Janeiro e aproxima-se da base de clientes da rede
Amil, maior plano de saúde do País e cujo
controlador é o mesmo da MD1.
| Já o Grupo Amil
está investindo R$ 240 m na construção de um grande complexo
hospitalar no Rio de Janeiro, RJ. Trata-se do Hospital das
Américas, que se somará às outras quatro unidades do grupo (todas de médio porte). A inauguração do novo hospital está prevista para 2011, mas o complexo com um todo só estará concluído em 2012.
| Por meio da Rede D'Or,
o BTG Pactual assumiu o controle do
Hospital e Maternidade São Luiz, de São Paulo (SP).
O valor da transação é estimado em mais de R$ 1 bilhão e envolve 70%
das ações do complexo hospitalar. Com ela, a carioca D'Or
chega ao mercado paulistano e consolida sua posição de
maior grupo hospitalar do País. Seus 14 hospitais próprios, as 3
unidades do São Luiz e as 65 unidades de
diagnóstico da empresa serão integradas numa holding. O
BTG Pactual possui participação relevante, por meio
de debêntures conversíveis em ações, no capital da Rede
D'Or.
| A empresa de participações
Buffalo Investimentos assumiu as operações com
apostilas e treinamento de professores do curso
Universitário por R$ 72,5 m. Operacionalmente, os
acionistas do Universitário irão adquirir cotas de
um novo fundo de investimentos em participações administrado pela
Buffalo, que pretende adotar este mesmo modelo para incorporar novas empresas e bandeiras no setor de ensino.
| Um mês após fechar a aquisição do
Sistema Anglo, a Abril Educação
está recebendo um aporte de R$ 226 m em seu capital. O investimento
será efetivado pelo fundo de private equity BR
Investimentos, que ficará com participação pouco
abaixo de 25% na empresa. As atividades da Abril
Educação são dissociadas das operações da Abril
S/A, abrangendo as editoras de livros didáticos
Ática e Scipione e os sistemas de
ensino Anglo e SER.
| O grupo Multi,
controlador das escolas de idiomas Wizard,
Skill, Alps e
Quatrum, está reforçando sua atuação na área de
cursos de informática e profissionalizantes. Sua mais recente
aquisição foi a Bit Company, a qual se segue às
incorporações da SOS e da
Microlins, também efetivadas neste ano. O valor da
aquisição não foi divulgado, mas é estimado entre R$ 25 m e R$ 30 m.
A rede Bit Company
possui 132 unidades franqueadas.
| A Estre Ambiental e a
Haztec Soluções Integradas decidiram fundir suas
atividades e estão criando a maior empresa de engenharia ambiental
do País. Com faturamento anual superior a R$ 1,1 bilhão, a nova
companhia ultrapassa a Foz do Brasil, do grupo
Odebrecht. Em sua composição acionária, estarão
fundos de investimentos como InfraBrasil
(Santander), AG Angra e
BBI Multimercado (Bradesco). O
principal fator para a fusão veio da complementaridade das duas
empresas: a Estre possui destacada atuação no
segmento de aterros sanitários e destinação de resíduos, enquanto a
Haztec foca suas atividades no tratamento de água.
A previsão inicial é de que a Estre represente 58%
da nova empresa, ficando a Haztec
com os 42% restantes.
| A britânica G4S, que em
junho já havia adquirido a Instalarme, assumiu 51%
das ações da paulista Plantech. A
G4S
é líder global em serviços de segurança e no Brasil visa o potencial de negócios decorrentes da Copa do Mundo em 2014 e das Olimpíada em 2016. O País é hoje o quinto maior mercado de segurança do mundo.
Financeiro
| O Banco do Brasil
(BB) e o
Bradesco anunciaram a formação de uma
joint venture com o Banco Espírito Santo
(BES), de Portugal, para consolidar as operações
deste último no setor bancário do continente africano. Para o
BB, a iniciativa reforça sua estratégia de
internacionalização, que hoje abrange atividades na Argentina e
projetos nos EUA, Chile, Colômbia, Peru, Paraguai e Uruguai. Para o
Bradesco é um primeiro passo rumo à
internacionalização. Atualmente, grandes empresas brasileiras, como
Vale e Petrobras, desenvolvem
empreendimentos de porte na África. O BES
possui agências em vários países do continente africano e o foco da nova sociedade será Angola, Cabo Verde, Marrocos, Moçambique, Argélia e África do Sul.
| E o BB também
firmou acordo com a operadora telefônica Oi e
a operadora de cartões de crédito Cielo para
atuação conjunta em algumas atividades. O objetivo é aliar a
penetração do BB na área de crédito com a cobertura
da rede de pagamentos da Cielo e a experiência da
Oi em pagamentos móveis. De um lado, o
BB e a Oi firmaram termo para
emitir cartões de crédito e pré-pagos a serem oferecidos no formato
físico e por chips de celulares. De outro, a Oi e a
Cielo formaram uma nova empresa, a Paggo
Soluções, em participações iguais, para disseminar a
captura, transmissão, processamento e liquidação financeira de
transações comerciais com a tecnologia de mobile payment. O objetivo dos acordos é propiciar escala, capilaridade e convergência às operações das sócias.
| O canadense Scotiabank
anunciou a compra da subsidiária brasileira do alemão
Dresdner Bank, do grupo
Commerzbank. As duas instituições não divulgaram o
valor da transação que, todavia, é estimada pelo mercado em
aproximadamente US$ 100 m. A intenção do Scotiabank
no Brasil é expandir suas atividades de mercado de capitais, derivativos, banco de investimento e crédito corporativo. Seu foco será nas áreas de infraestrutura, mineração e energia.
| O Blackstone Group, um
dos maiores gestores de fundos de private equity do mundo,
está assumindo uma participação de 40% no capital do Pátria
Investimentos. O Pátria foi avaliado em
cerca de US$ 500 m e o Blackstone pagará US$ 200 m
pela participação. Parte do pagamento será em recursos novos para
investimentos do Pátria e outra parte em
units (recibos de ações) do
Blackstone.
| O banco BMG, com forte
atuação no mercado de crédito consignado, anunciou a compra da
GE Money no Brasil. As atividades locais da
GE Money abrangem o Banco GE
Capital e a promotora de vendas e prestadora de serviços
GE Promoções. A transação também inclui as parcerias já existentes com o varejo e as 54 lojas da instituição. Os valores do acordo não foram divulgados.
Outros Setores
| A AmBev está investindo
R$ 70 m até o final deste ano para ampliar a capacidade produtiva de
sua fábrica em João Pessoa, PB. Atualmente, a unidade paraibana
fabrica toda a linha de cervejas e refrigerantes da
AmBev e abastece o mercado de garrafas long
neck
do Amazonas e dos Estados do NE. O plano de investimentos da empresa nas Regiões Norte e Nordeste envolve R$ 670 m, sendo R$ 71 m em Manaus (AM), R$ 260 m em Itapissuma (PE) e R$ 144 em São Luis (MA). O restante se divide entre unidades e CD's da BA, CE, RN e SE.
| O BTG Pactual fechou a
compra de 100% da maior comercializadora independente de energia do
país, a Coomex, por cerca de R$ 100 m. Com o novo
acionista, a Coomex deverá passar a competir com as
grandes comercializadoras dos grupos energéticos, como CPFL
Energia e Tractebel. A
Coomex
também presta assessoria e consultoria a empreendimentos energéticos e ainda possui atuação na área de geração alternativa.
A
BRASILPAR possui mais de
30 anos de experiência em assessoria a fusões e aquisições,
avaliação de projetos e negócios e gestão de capital de risco. Já
acumulou transações que somam mais de US$ 3 bilhões. Seus atuais
serviços englobam: assessoria em compra, venda e associações entre
empresas; atração de sócios e levantamento de capital para projetos
e empresas; desenvolvimento de planos de negócios e assessoria
estratégica; assessoria em investimentos em novos negócios;
aconselhamento financeiro e estratégico em geral.
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projetos e valores de investimentos das empresas citadas neste
boletim referem-se aos divulgados nos principais meios
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